sexta-feira, 17 de julho de 2015

Equilíbrio?

Não é que eu não seja acomodada. O fato é que eu não quero me manter acomodada. Quero fazer com que as experiências tenham sentido, cada balada compense a noite não dormida, cada beijo venha acompanhado de desejo, cada dia no trabalho signifique aprendizado, cada porre faça valer a ressaca e cada pessoa valha o tempo desprendido . 

O morno é bom, mas nunca será ótimo. Intensidade cansa, é verdade, mas falta de tesão nas coisas também. Por isso, é preciso saber alternar momentos de loucura com instantes de lucidez. Porque, no fundo, o tédio é o maior inimigo do novo, o mais ou menos não dá frio na barriga, o que está ok não deixa o pensamento leve, o controlado não atravessa a rua de madrugada, o previsível não vira noite bebendo/conversando/amando, o fácil não atiça a curiosidade.

Perdoem-me pela licença poética, porém, há que equilibrar-se, mas sem perder a vontade jamais. 


Não é preciso trocar de namorado, de emprego 
ou de amigos para manter-se vivo, mas é 
fundamental saber escolher todos estes.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Ad corpus

Existem algumas coisas sobre mim que você precisa saber antes de dizer que me ama ou de me trocar pela primeira que aparecer:

Sou medrosa.
Tenho medo de cachorro, de lagartixa, de sentir dor, de palhaço, de perder minha mãe, de filmes de terror, de não ter ninguém no meu aniversário, de morrer afogada, de ser esquecida, de barata...

Odeio pé.
O meu, o seu e até mesmo de crianças.

Nunca olho para trás depois de me despedir. 
Digo isso no sentido literal da ação. Pode ser após o término, depois do cinema ou na estação de trem. Não corro o risco de não ter o olhar do outro de volta.

Sou bem humorada de manhã.
Quando eu estiver de ovo virado, você saberá.

Tenho medo de me apaixonar.
Abaixar a guarda, para mim, significa ir de encontro a um futuro doloroso. Para você entrar na minha vida, terá que passar por inúmeros testes aos quais você não se inscreveu e nem sabe que está participando. Preciso ter certeza que você aguenta minhas loucuras mais profundas antes de me envolver.

Não gosto de brigadeiro e nem de sorvete.
Sem histeria!

Tenho dúvidas se quero ser mãe.
Tenho medo (ver item 1). Medo da dor, de não criar direito, de não conseguir amar incondicionalmente, de ser culpada de tudo...

Sofro de saudades.
Sinto saudade até do que era ruim, mas que, com o tempo, ficou bom.

Crio fantasias para tudo.
Se despediu de mim e continuou online no Whatsapp por 15 minutos? Rapidamente já crio toda a conversa e tenho certeza até da cor do cabelo dela. Por isso, sempre pergunto tudo, nos mínimos detalhes. Porque, por mais que a verdade possa machucar, a realidade é sempre melhor que os meus delírios.

Não gosto de dividir comida.
Apenas minha afilhada tem passe livre. Mas, se eu oferecer, pode aceitar. Não sou de fazer tipo.

Eu acredito.
No Galo, nas pessoas, em astros e horóscopo, na influência da lua, em energia e espíritos, no poder de uma calcinha da sorte... acredito em quase tudo.

Prezo pela liberdade.
Sofro com prazos, horários, obrigações e regras. Não sou rebelde, só prefiro fazer as coisas do meu jeito. Por isso, amo viajar e dedico alguns domingos para ficar de calça de moletom e com o celular desligado.

Gosto de cuidar.
Sou a rainha das caronas, das mensagens de boa sorte, dos remédios e das lembranças em viagens. Às vezes não sei ser fofa, por isso demonstro meu afeto nas pequenas coisas. Preste atenção nos detalhes.

Não sei beijar com a cabeça virada para o lado esquerdo.
Sempre sai torto e desengonçado.

Tendo a ser controladora.
É difícil algo passar despercebido. Estou sempre atenta e acabo pegando as coisas a partir de micro detalhes que você dificilmente conseguirá esconder.



Você precisa saber da piscina