Quem diz que a melhor fase da vida é a infância provavelmente
não teve uma turma legal na faculdade. Digo isso sem medo de contestações ou
represálias. E eu, graças a Deus, tive a sorte de desfrutar os melhores quatro
anos da minha vida dentro de uma universidade (ou nos bares ao redor). E agora
me questiono sobre como será o tempo que vem pela frente?
No último mês fui a dois reencontros bem distintos: um de 2
e outro de 28 anos de formados. A diferença não se dá só pelo tempo
cronológico, mas, principalmente, pela intensidade e vontade de estarem juntos,
de reviverem aqueles bons anos. Parece que, com o tempo e a inevitável
distância, a necessidade de se reencontrar, na companhia daqueles que
compartilharam as melhores experiências, se torna insuportável e urgente. Foi
maravilhoso ver a alegria e o esforço de cada um para estar perto, mesmo que
por um fim de semana. Depois de 28 anos, os caminhos são outros, os rostos
mudaram e, por isso, talvez seja importante olhar para trás e ver onde tudo
começou. Relembrar casos, rever amigos, reatar laços... tudo isso para que cada
um se reencontre, entre tantas histórias, desejos e sonhos.
Talvez seja por isso que o meu encontro de dois anos
pós-formatura tenha sido tão banal. Não no sentido pejorativo, mas no aspecto
literal da palavra. Parecia que aquilo era algo normal, cotidiano e corriqueiro.
Como se os encontros fossem ser eternos e similares. Não tinha tanta vontade,
empolgação... faltou saudade!
Acho que ainda não temos a noção da sorte que tivemos e
muito menos podemos imaginar o quanto as coisas podem (e vão) mudar. Talvez,
quando estivermos lá na frente, casados, cansados e distantes, a lembrança dos
encontros, antes tão recorrentes, seja o que nos motive a continuar. Talvez, também
precisaremos voltar ao passado para reavaliar as nossas vidas, os sonhos que
abrimos mão, os amigos que deixamos para trás. Talvez, neste momento, a
presença nos encontros banais volte a fazer sentido e, tomara que todos nós
ainda tenhamos a oportunidade de celebrar a nossa turma e a nossa história, do
mesmo modo que vi minha mãe e seus amigos fazerem.
Que venha o meu encontro de 28 anos, mas que também não se
percam os encontros diários!
"O sistema é mau, mas minha turma é legal..."
Ficou muito tempo mesmo sem escrever, mas entendo perfeitamente o que quer dizer, hoje vivo o medo de encerrar um ciclo, de terminar a graduação e o que mais temo, é que os laços que construí durante esses anos se findem, o que de alguma forma soa como natural da vida... mas, como você disse acima, se houver vontade de estarem juntos isso se eternizará.
ResponderExcluirMesmo que demore, não fique sem escrever.
Beijos.
Daniela