quarta-feira, 13 de junho de 2012

Homem perfeito

Dizem que começamos a montar o nosso homem ideal a partir do primeiro contato que temos com o sexo oposto. O primeiro afago do pai, a preocupação do tio, a índole e os valores dos primos são fundamentais nessa construção. E depois vêm os namoradinhos da escola, o professor de matemática, o primeiro amor, o melhor amigo... e assim vamos criando o nosso homem perfeito, aquele que possui o melhor de todos aqueles que passaram pelas nossas vidas.


O meu, esse eu sei bem como é! Nem alto demais, nem muito baixo. Um corpo mais magro e fino. Leal. Olhos esverdeados que parecem ver a minha alma. Um nariz grande e um sorriso hipnotizador. Um homem gentil, do tipo que se preocupa com o seu corte na mão e com seu frio no pé. Mas que também sabe se impôr quando eu insisto em passar dos limites. Educado. Um companheiro para as horas difíceis e para os programas mais bobos. Uma pessoa que me instigue a ser sempre mais, que me inspire a me superar. Um cara que adore tomar cerveja, sentar em buteco e falar bobagem. Inteligente. Que goste das minhas amigas, de futebol e de comida japonesa. Um homem que saiba me dizer quando parar, mas que também entenda quando eu precisar continuar. Justo. Que goste das minhas qualidades e aceite os meus defeitos. Alguém que não guarde rancor, nem mágoa; que vibre com as minhas vitórias e me faça sentir parte das dele. Divertido. Que faça questão de se manter perto enquanto dorme, mesmo que seja só com os pés, para mostrar que está ali. Simpático. Uma pessoa que eu admire e que me admire de volta e que, com isso, faça com que eu me ame cada dia mais.


Se esse homem possui defeitos? É claro! Eu, imperfeita como sou, preciso de outro imperfeito para me fazer companhia. Mas eu sei bem com quais desvios consigo me comprometer e acredito que esta lista seja até mais importante do que a seleção das qualidades. Porque eu posso ser flexível quanto a altura, cor dos olhos e  preferências culinárias, mas sei que não dou conta de aceitar falta de educação, mentira, traição e pão durice. Por isso, é importante termos sempre em mente o que não queremos em um homem, porque temos o dom de nos iludir quando estamos apaixonadas, acreditando que as pessoas mudam ou que vamos aprender a lidar com aquilo. Eu até acredito nessa proeza, mas também acredito em índole, em criação e em personalidade e essas três coisinhas dificultam bastante a mudança e a aceitação. 


Por isso, devemos pensar bem no que somos, o que queremos e para onde estamos indo. Porque fingir que acreditou na mentirinha de um peguete, aceitar a pão durice do paquera que mora em outro país ou ceder aos encantos de um galinha é normal! Mas passar anos sendo enganada, aceitar casar com um mentiroso só porque chegou aos 30 ou fingir que não liga em ser traída é perigoso! Temos que saber o que queremos de nós e do outro.


Acrescentar novas qualidades ao nosso homem perfeito é simples, mas precisamos também manter atualizada a nossa lista de vetos! O mais importante é aceitarmos que somos todos imperfeitos, mas devemos sempre buscar os imperfeitos bem-intencionados.

Eles também têm a suas mulheres "perfeitas"



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