quarta-feira, 30 de maio de 2012

Desistência!

Como todos já devem ter percebido, eu não tenho a menor ideia do que quero fazer na minha vida profissional. Sempre fui boa aluna, estudei em uma das melhores universidades, fiz excelentes estágios e hoje, a sensação que eu tenho, é que fiz tudo isso guiada pela opinião e vivência das outras pessoas. E agora, que eu não tenho mais como continuar superando as expectativas, me encontro em um enorme limbo entre o que os outros queriam que eu fosse e o que eu quero ser.


Quis poucas coisas na vida com muita vontade, muita dedicação e entrega. E, ironicamente, falhei em quase todas estas missões (a maioria ligadas a homens, confesso!). Mas como nunca tive muita vontade própria quanto à minha profissão, não tive muita dificuldade em alcançar as coisas. Pelo visto querer demais pode atrapalhar.


O problema é que agora surgiu uma vontade louca de trabalhar com o que gosto e, por isso, tudo aquilo que eu fiz até hoje caiu por chão. Nunca fui infeliz trabalhando, mas foram poucas as vezes em que tive brilho nos olhos, paixão pela coisa. Gosto de fazer parte do que estou desenvolvendo, de me envolver no processo, de me sentir atuante e importante. E acho que agora é o momento de tentar alcançar isto, de dar a cara, de me arriscar. É a hora de pagar para ver, já que não tenho nada que me prenda e não tenho que sustentar ninguém (nem a mim mesma).


Mas para isso, preciso saber o que quero ser. E isso tem se mostrado uma tarefa muito difícil. Como saber o que eu quero se eu nunca fui encatada pelo que fiz? Por isso comecei a fazer uma lista do que eu não quero ser e percebi que abrir mão dos projetos, por mais que eles nunca tenham me pertencido, é muito difícil. Porque estes sonhos pertencem a pessoas próximas, que eu amo e que querem meu bem. E eu não quero que elas se sintam frustradas, mas eu também não posso continuar me frustrando. 


Uma amiga me disse que se nada der certo ela compra um quiosque e se muda para a praia. A ideia me anima, mas ainda não consigo me desvencilhar da imagem que os outros projetaram para mim: uma mulher independente, bem sucedida, que ocupa um posto de liderança e é exemplo no que faz. E não acho que é só porque qualquer mudança no script frustraria outras pessoas, mas também porque essa ideia me acompanha desde sempre e modificar sua própria auto-imagem é difícil, demorado e doloroso.


Por isso estou indo aos poucos, contando para mim mesma o que eu acho que eu não quero ser (posso mudar de opinião antes mesmo de terminar o texto). Aos poucos vou abrindo as amarras que me prendem a uma vida que não sei se quero seguir. Não quero ser trainee, como a maioria dos meus amigos querem; não quero trabalhar em uma grande empresa, como meus pais sempre quiseram; não quero fazer mestrado ou doutorado, como meus avós sonharam. 


Não sei o quero exatamente, mas sei o que estou buscando e isso já faz toda a diferença! Desculpa se não consegui ser o que esperavam de mim, mas fiquem felizes e tranquilos porque eu estou tentando descobrir o que EU espero e quero de mim!

"Era Ana Paula, agora é Natasha...."


Nenhum comentário:

Postar um comentário